terça-feira


Parece-me irreal tanta mistura e tanto recibo de contas do meu cérebro. Parei outra vez, num caminho qualquer, do qual não sei o nome e sinceramente nem sei se quero saber, é demasiado estreito e complicado. No entanto o meu estado mental encontra-se calmo, apesar de estar frio lá fora e eu ficar extremamente sensível a este frio sorrateiro eu sinto-me serena e estou naquele lema "seja o que Deus quiser, fico à espera da resolução!"

segunda-feira

São coisas de tarde de chuva que me fazem ficar melada e exageradamente carente de algum abraço, de algum mimo, de algum conforto. Ás vezes sinto que quando chove devemos estar com quem mais gostamos, num sítio bem quente e abrigado, com a janela fechada e com a perciana ligeiramente levantada, a ver cair a chuva e a sentir como é bom confortarmo-nos naquilo que nos dá mais amor e felicidade, nem que seja apenas naquele momento.
É crime cortar o momento, por isso eu nem se quer sou suspeita.

Adoro.

domingo

Quando uma pessoa já se sente decidida, capaz, segura e vitoriosa aparece outra vez o fantasma a querer interromper-nos o caminho. É claro que não sei, ensinaram-me que nunca se deve dizer nunca mas não me apetece mais sofrer.
Acho que o tempo do nosso amor já se esgotou há muito.
eu sou dji ninguém
eu sou dji todo o mundo e
todo o mundo mi quer bem

( não tenho pacinecia para televisao, eu nao sou audiencia para solidão )

sábado

Valha-me Deus ajudai-me a não pecar porque o pecado aproxima-se de mim xD

quarta-feira

Crianças aos berros, os pássaros a rodopiar aquela árvore sinistra, a água a descer no rio, o barulho irritante de cada carro, a minha música nos ouvidos, as pessoas a rirem-se, as mesas de pedra...
Procuro sempre um cenário perfeito (sim, nisso sou perfeccionista) para soltar a minha emoção, os meus desabafos, as minhas lamúrias...

Á noite, acabei por ouvir outra vez aquele violoncelo, aquela melodia que não parava de tocar aos meus ouvidos... Fiquei perplexa por sentir que me sabia tão bem ouvir tal coisa, acho que é daquelas coisas que provoca arrepios até no meio dos dedos... E foi assim, não parei de sonhar e sonhar...

Mas este sonho, eu adoro-o.

terça-feira

Farta de pensar no futuro e nos outros estou eu, de me perguntar "será que os outros se vão incomodar?" em vez de me dizer "faz porque isso é o que deves fazer", a cabeça de ser humano para ser humano pode variar e as opiniões também, só que aquilo que vou formando de mim, aquilo que considero ser personalidade vai-se acentuando agora na minha viagem com a vida, no meu grande encontro com a crueldade e a verdade fria e implacável, na minha grande felicidade destruída. Na verdade um coração pode estar bonito durante o dia mas á noite parece que o caso se inverte. A lua cheia é como um aspirador de coragem sobre o mundo, e o barulho calmo da noite é como um condutor de pensamentos frios.
Mas hoje, só por um mero acaso apeteceu-me ser livre, "como uma andorinha" e desejei nunca mais regressar á velha gaiola já enferrujada e mal tratada... é incrédulo, como é que um ser humano ás vezes não quer ver a realidade? Em vez de se libertar, insiste em permanecer preso á velha gaiola mais que degradada e fria, mas no entanto há um certo calor que permanece em nós e que não nos deixa sair e que até nos leva a pensar que estar preso áquilo que nos sustentou durante alguns meses é o melhor. Porque é que o ser humano é tão burro ao ponto de gostar de sofrer dentro da própria gaiola? Porque é que a paixão é cega ao ponto de nos corroer toda a sensatez por nós próprios?
Hoje o vento bateu-me á porta e fez-me voar, sentir cada brisa, cada momento, hoje adorei ser livre (mais um dia) e adorei não voltar á gaiola... A gaiola que me mete medo, não a quero ver, não me quero cruzar com ela, não me quero de novo dentro dela.

- por vezes, apagas todos os vagabundos e demoníacos seres estranhos que andam cá dentro.

segunda-feira


Quando a lua me diz boa noite, o dia cerra e a minha alma vagueia por todos os cantos do meu quarto como demónios inocentes e vadios, todo o meu mundo se esconde e eu pairo sobre o céu, a medir toda a força com que ele suporta todas as vontades destes seres. Questiono-me e pergunto-me porquê mas depois fico a pensar que "já não tenho 5 anos para perguntar porquê?", por isso decido encontrar a resposta em mim mesma, no meio daquele escuro todo que se faz no meu quarto e algo me transforma quando tento saber porquê, se calhar não faço as perguntas certas nem encontro as respostas certas.
A chuva cai e faço um chá para mim, bem forte e pouso-o na mesinha de cabeceira, visto a minha camisa de dormir cheia de coelhinhos, e deito-me na cama que a minha mãe fez, aqueles lençóis que apetece ficar para sempre neles... E dá-me o sono, fecho os olhos e no dia seguinte o céu é bem azul, os pássaros cantam e a luz penetra os furinhos da perciana, lentamente...

Porque é que o dia e a noite são tão diferentes?

domingo

O amor é inseparável da morte. Sabes que amas porque te esqueceste de que existes; porque morreste para ti mesma, para viveres naqueles que amas. Se eles estiverem bem, então tu estás bem, ainda que estejas mal. Amar é dares-te. É não pensares em ti. É não quereres saber dos teus gostos, do teu bem-estar, do teu descanso, dos teus projectos, do teu futuro, por andares muito ocupada em construir aqueles que te rodeiam. É veres nessa morte para ti mesma o sentido e a plenitude da tua existência. Quanto mais deres de ti, quanto mais te doer o teu amor, mais alegria terás. E mais paz. Porque amas mais.



(Paulo Geraldo)



Foi exactamente isto que eu senti, que eu vivi, que eu fui durante um ano e oito meses. O amor é uma chama mas eu sabia perfeitamente que um dia ia haver uma tempestade que apagasse com força essa chama. Quer dizer, sabia mas não queria saber, quando somos apaixonados nem nos interessa ver a realidade, preferimos a ingenuidade para irmos sobrevivendo um dia de cada vez. Estarei eu rodeada de bichos a comerem-me a cabeça daqui a algum tempo, quando Deus me vier buscar, por isso enquanto isso não acontece não vou deixar que os "bichos" da vida me comam a cabeça, terei tempo suficiente quando estiver morta e sepultada.



A vida é curta demais , Daniela