quinta-feira



Só queria deixar de respirar, junto ao mar, escrevendo uma carta para quem nunca me deixou. Estou cansada do mundo, pela primeira vez. Os problemas estão a inundar-me a paciência e eu vou-me afogando, dia após dia pela minha falta de forças.

Já não consigo entender mais por que é que tudo cai em cima de mim quando eu estou menos bem, não consigo entender o porquê de só me aperceber dos meus erros agora, não consigo perceber rigorosamente nada que me faça feliz neste momento.

É um sonho a ir abaixo, são forças esgotáveis, o medo de abrir os olhos de manhã e saber que não foi um pesadelo, é mesmo a realidade. Desfaço-me em pedaços, tudo parece estar a cair, a ir abaixo, não tenho vontade de se quer falar do que me revolta, de todos os problemas que me estão a aparecer, só queria mesmo fechar os olhos e acordar com a minha boneca ao meu lado, estando pronta para enfrentar de novo, o mundo.

Estou farta de saber o que é sofrer!

terça-feira



Degrau a degrau, dia após dia, percorro um caminho...
Os pardais aproximam-se da janela do meu quarto e começam a cantar, coisa que antes não reparava, agora são eles que me desejam bom dia, tão delicadamente. O tempo está triste mas o céu diz-me que o Sol vai aparecer e a minha dor vai-se indo embora. Acho que me afoguei num mar de ilusões mas o importante é que sobrevivi e vou-me recriando, vou-me aguentando como posso porque finalmente tomei consciencia que nunca mais vou voltar a cair no mesmo erro.

Se não fossem os amigos e a mamã juro que estava perdida. Eu vou conseguir :')

segunda-feira



Parar no tempo é morrer! Eu não páro, caio muitas vezes pelo caminho mas levanto-me, seja sozinha ou com a ajuda de alguém. A força do além está comigo, não vou desistir de ser feliz.


Ninguém me avisou mas eu já devia estar avisada.
Os pensamentos assaltam-me a cabeça, mas eu tento não pensar, não lembrar e não interrogar. Eu não quero perceber o porquê, para quê?
Fechei-me num mundo á parte onde só te via a ti como centro de tudo. Agora, devagarinho, começo a abrir novos horizontes, a ouvir o que os meus (grandes) amigos me dizem, a saber equilibrar as coisas. Não me vou enterrar em coisas que já de si são enterradas, vou-me embalar na escrita, na fotografia, na escola, nos meus pais e na minha vida.

Estou escura e as paredes estão humidas mas o Sol há-de vir, um dia destes...

Daniela