Hoje vivemos um mar de angústia, meu povo, minha alma. Hoje choramos de tristeza e solidão, minha alma. Hoje guardamos as belas tardes que eu tivera com o rapaz dos sonhos, que me libertou a dor. Só tenho de lutar, aos bocadinhos, para perder a obsessão que tanto me destrói. Tenho saudades tuas, de te beijar á chuva e de chamar dré. Tenho saudades do alívio do beijo, tenho saudade. A saudade está reinando em mim, em todos os jardins, poços e enigmas da minha alma. Ontem, doeu tanto. Chorei sozinha e chorei acompanhada. Ouvir um não da tua boca é matarem-me. A dor é insuportável e a vontade que me deu foi acabar com aquela dor. Os nossos silêncios calam-me a alma e matam-me a alegria. Tudo naquele mar parecia negro, implacável. Fiquei a olhar o céu com o teu casaco vestido e a ter saudades tuas, a acalmar a dor. Cada choro era uma facada em mim. Apetecia-me dizer que te amo, que faço tudo por ti, que te admiro, como ninguém. Sei que fizeste isto porque me amas, porque não queres que isto acabe com tantas discussões e divergências. Luto, luto, luto. Continuo a lutar cada vez mais, não sei onde vou buscar as forças, mas o céu dá-me tantas. Apoio-me no contorno belo dos teus lábios e suplico um beijo, suave e lento, que me lava a alma. Vou lutar, porque isto surpreende-me. Não acabou e por mais que o digam, eu não quero saber. Só quero saber de ti. E tu disseste-me há bocado "Eu amo-te do fundo do coração Daniela." e eu chorei, de alegria, tenho a certeza. Foi como um piano a tocar para mim, foi como te dar um beijo nas bochechas e foi como dormir contigo. A dimensão disto, a realidade e a sinceridade. Não andamos aqui por andar nem nos beijamos por beijar. Sei que me queres, sei que me amas, sei que vai voltar tudo ao normal, porque eu vou conseguir deixar-me de merdas, sei que tudo se vai salvar. Olhos inchados e alma aos pedaços.

Tenho saudades tuas, Amor.