A confiança em ti é o que move o teu mundo, a tua traição a ti é o início da destruição de ti próprio, o amor cego corrói-te as costas e o cérebro, manda em ti como um chefe do exército e tu não passas dum pequeno soldado que não tem outra escolha se não obedecer ás ordens. Quando colas, quando amas sem olhos, quando nada mais te interessa sem ser o simples facto dessa pessoa existir. Quando te cagas para os outros e para quem sempre esteve do teu lado só porque essa pessoa existe. Quando derrubas todos os caminhos para chegar a essa pessoa, quando tomas banho e sentes a água quente correndo sobre ti para enganar a tristeza e angústia, quando colas demais e todo o teu mundo já não se conhece, o nome do teu mundo tem o nome dessa pessoa, a escrita tem um único protagonista, quando esqueces que existem mais pessoas, mais vida para além dessa pessoa. É tudo MUITO bonito, demasiado real para se acreditar no amor que se está vivendo, é tudo MUITO fantástico e nada serve de conjectura... O pior é quando acontece o funeral do amor. A tua cabeça cria uma identidade fria e destrutiva, a tua cabeça segue-se apenas pelo amor e deixa de ser auto-conhecida e aí começam os filmes, os ciúmes, as crises, o auto-sofrimento, a fraca maneira de agir e pensar, o quotidiano esquecível e preferível de não ser recordado, a paragem do teu sistema feliz e o começo do teu sistema frágil. O sentimento de culpa e de infelicidade. Pára, não és tu! Não és tu que estás a pensar, são uns pequenos e horrorosos bichos da depressão que te fazem chegar a essa conclusão. Se chegaste aqui, não esperes mais, o mundo é grande lá para fora. O mundo não pára de existir só porque essa pessoa se chateia contigo, tens vida própria para além disso, tens amigos, tens luzes e vozes, tens o sol e a praia, tens as gargalhadas, tens a mãe e o pai, tens o céu pintado de estrelas, tens outro lado da vida.
A opção és tu que a fazes: ou morres ou escolhes o caminho da salvação.
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