Vou tentar acalmar-me nas letras (como sempre) e expor para elas o que estou a sentir, que ainda não sei. Isto assusta-me, tornei-me uma pessoa que não era, independente dele e das pessoas. Aprendi a sobreviver sozinha, se tiver que estar sozinha estou, como a minha mãe diz "tens muita mágoa dentro de ti, pelo que aconteceu, uma mágoa retardada", só agora talvez esteja a sentir o amargo sabor da dor e com todas as tempestades loucas que existem na minha cabeça isto se tivesse agravado. Não entendo o porquê de tentar tirar explicações de tudo, de fazer filme de tudo, de ter sempre a cabeça cheia. Quero nem sei o quê, algo que me faça responder á alma e ao coração, algo me está a falhar, um vazio ou um rio sem água, tudo me leva a crer que isto passará, não perco a esperança desde pequenina, eu existo e tenho dúvidas, como qualquer ser humano-quando falo no geral sinto-me sempre melhor.
Tenho medo de acordar e já não lembrar que existes, tenho medo de deixar de te amar e de te perder, de perder todo este sentimento tão grande que me fez mulher e me ensinou a escrever delicadamente, que me fez ver-te como um anjo, não me quero separar de ti, apesar de todas as coisas más que me vão na cabeça, não quero chegar a tua beira e não ter o teu abraço do costume, quero que passe algum tempo, o necessário para os meus pensamentos tomarem um rumo e decidir alguma coisa.
Foi muito tempo, foi muito amor, foi muita dedicação e coladeira um no outro. Mas, um dia, em breve, eu voltarei a escrever numa parede outra vez o poema que te escrevi, que desapareceu com a chuva...
Sem comentários:
Enviar um comentário