segunda-feira


Podes nem saber que existo, mas eu ainda sei o que sempre soube. Chamem-me parva, atrasada, louca por chorar por quem já não pensa ou sabe de mim. Chamem o que quiserem ao meu espírito. Posso mudar tudo, a cor da roupa, o perfume, os brincos, mas o meu coração jamais posso mudar. E não interessa saber de quem falo, por quem sofro todos os dias, por quem me arrepio só de olhar. Não interessa. Não é segredo, mas quero guardar. Despejar toda esta mágoa que vai em mim num baú onde as recordações se enaltecem, impavidamente. Quero relembrar, quero chorar agora, quero voltar ao ano passado por esta mesma altura, quero sentir o que sentia. Não quero sentir mais vazio, não quero mais. O mundo não gira á minha volta, nem á tua pobre alma.
Farto-me constantemente do pensamento exagerado de ti, farto-me. Porque não te vais embora, de uma vez por todas? Não há resposta, por mais que a procure nos confins do universo, a todos os minutos. Fixei-te num dia, larguei-te noutro e amar-te-ei perpetuamente. Existindo ou não, tu serás sempre tu.

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