Tantas lágrimas por estes lugares derramadas. Tantos choros inconsolados. Tantos desesperos por não ter o que queria. Tantas saudades que pareciam ser inesgotáveis. Tanta fúria, tanta revolta. Tanta seriedade no meu mundo. Fizera-me lembrar os meus tempos de criança, onde a palavra medo reinava. Medo de tudo, de viver o amanhã sem ele, de viver o amanhã vazio. Para ele, fora um sentimento amachocado como um simples papel que não prestava. Sem piedade, sem misericórdia, cortaste-me o coração. Tiraste-me a minha vontade de sorrir e viver. O quanto eu te amei, meu Deus. E fico tão orgulhosa de mim por ter conjugado este verbo "amar" no passado. Ainda hoje me dás voltas á cabeça, me embaralhas, me confundes em relação á vida. Mas foste o meu verdadeiro professor desta vida. Ao som do piano, fazia de ti o que nunca faria para alguém. Escrevia, chorava, desesperava. Embalaste-me na ingenuidade dos teus caracóis, no teu meigo e inocente sorriso, nos grandes abraços aos finais de tarde, nos dias de Inverno passados contigo a conversar e a olhar-te nos olhos. Colhia em ti tanta ternura, tanta magia, tanta sapiência. Num estalar de dedos, deixaste-me. Fiquei em depressão. Quis morrer. Quis sair do Mundo. Quis tanto. Todas as noites, eram passadas como num cemitério. A chorar e a perguntar porque te foste embora. Todos os dias eram Inferno. Não existias tu. E quando tinha problemas, sentia-me tão mal por não te ter ali comigo e mesmo assim gritava por ti, como se fosses aparecer. Já eras uma fantasia na minha vida. Agora, tudo mudou. Tudo mesmo. Os teus caracóis desapareceram e o teu ar de rapaz inocente também. Agora comes cigarros, agora és rebelde e dás-te apenas com o pessoal fixe. Agora, já es um menino da cidade. Agora, já cresceste. E eu também. Talvez o teu ar angelical desaparecido fizesse com que eu te esquecesse rapidamente. Mas eu nunca te vou esquecer, pois foste o único que mexeu com arte no meu coração. Levaste-me ao gosto enorme pela escrita e pela focalização de sentimentos na fotografia. Por isso serás agora, um presente amachocado. Eu sou o que sou e devo-to a ti, e a mais ninguém. Pois jamais serei a mesma.
Fiquei descontrolada depois de ti, não parava com nenhum rapaz. Sempre em trocas, já me sentia mal. Agora, estou bem.
5 meses de um sentimento embaciado, que nunca tinha sido posto à realidade. Foi posto. Foi mágico.
E agora sim, eu acredito na ressurreição, não física, mas sim psicológica. Há sempre um alguém que nos vem limpar as lágrimas e acolher como nunca ninguém acolheu. Foi lindo, foi como se nos conhecessemos há anos, foi como se tudo já tivesse acontecido. Foi tão mágico.
E os suspiros foram uma história e os beijos, outra. E comecei a chorar agora. Porque a vida é tão bonita e já a quis estragar. E choro, porque me sinto salva. Porque me sinto nova, mas ao mesmo tempo velha. Porque sou do 10º ano e mete-me impressão.
E foi tudo uma grande história. Todos os abraços de uma alegria fora de normal, todos os beijos que agora encontro em ti são a paz da minha alma. Todos os minutos contigo são contemplações da Daniela de antes, inocente. Obrigada. Obrigada por me teres ensinado a crescer. Obrigada por me teres salvado, André. Obrigada por saberes tudo de mim. Obrigada por não me abandonares nestes 5 meses que foram embaciados pela chuva e pelos intrusos. Como me fazes ver tudo de outra maneira. Como me fazes amar. Como me fazes feliz, sem algum tipo de dor. Como sei que isto não é apenas amor. Como eu sinto que és diferente de todos os outros passados. Como é mágico tudo que me fazes. Como te amo. Hoje declaro-te que és a minha vitória. A espada cheia de sangue desta enorme luta seria entregue a ti, és tu o herói, foste tu quem salvaste a minha alma. Abraça-me e nunca mais saias daqui, da minha beira.
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